"Seca assola São Julião" (Por Jeremias Carvalho)
açude sede/foto: Rocílio Rocha
Há muito que a seca castiga o Nordeste brasileiro. No inicio de sua carreira musical, há pouco mais de 60 anos, o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, já começava a imortalizar a sua canção “Asa Branca”, conhecida hoje no mundo inteiro, que entre muitos versos sobre a triste sina do nordestino, um dizia: “Que ‘braseiro’, que ‘fornaia’ \ Nem um pé de ‘prantação’ \ Por ‘farta’ d'água perdi meu gado \ Morreu de sede meu alazão.”
açude sede ''Limão''/foto: Rocílio Rocha
É nesta mesma situação que ainda se encontra a região Nordeste. Passamos por uma seca similar à cantada por Luiz Gonzaga. E nosso município, São Julião – PI, não é diferente, sofremos e muito com os efeitos da estiagem. Dona Maria, residente da localidade Macambira, conta que o inverno desse ano quase não choveu e o feijão que ela e sua família consomem, é restante da safra do ano passado. “Estamos pra acabar de comer o pouco feijão que temos no “tubo”, já que nesse inverno não tiramos nada”, declarou a agricultora.
Seu Chico alimentando seu rebanho com mandacaru sapecado.
Fotos: Rocílio Rocha
Outra triste realidade resultante da seca é a vivida pelos criadores. O pouco gado que ainda resta passa fome e sede. “Ração é cara e a água que tinha por perto acabou. Agora temos que levar nosso rebanho todos os dias há um poço que fica uns 3 km de distancia pra ele não morrer de sede”, declarou João Claro, que cuida de pouco mais de 40 cabeças de gado. Segundo ele, parte do alimento do rebanho está sendo feito da seguinte maneira: “Nós cortamos os mandacarus (planta típica do Nordeste) e ateamos fogo pra queimarem os espinhos. Depois damos pro gado comerem”, informou.
O sofrimento só não é maior por conta da operação carro-pipa do Governo Federal que todos os meses abastecem as cisternas de todo o nosso interior. De fato a seca em São Julião castiga e preocupa. Segundo a Agespisa local, a barragem que abastece nosso município, situada na localidade Emparedada, se encontra com seu nível muito baixo. “Não dá pra calcular com precisão, mas caso o próximo inverno seja ruim, poderá faltar água nas torneiras”, revelou preocupado um funcionário. O nosso açude sede já se encontra praticamente seco.
As Carnaúbas em outubro de 2012 / Foto:Rocílio Rocha
As famosas Carnaúbas, que quase sempre ficaram com seus troncos inundados há meses que se encontram a seco. Tomara que a chuva venha logo meu Deus! Se não teremos que fazer assim como a Asa Branca de Luiz Gonzaga: bater asas do Sertão!
"Seca assola São Julião" (Por Jeremias Carvalho)
açude sede/foto: Rocílio Rocha
Há muito que a seca castiga o Nordeste brasileiro. No inicio de sua carreira musical, há pouco mais de 60 anos, o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, já começava a imortalizar a sua canção “Asa Branca”, conhecida hoje no mundo inteiro, que entre muitos versos sobre a triste sina do nordestino, um dizia: “Que ‘braseiro’, que ‘fornaia’ \ Nem um pé de ‘prantação’ \ Por ‘farta’ d'água perdi meu gado \ Morreu de sede meu alazão.”
açude sede ''Limão''/foto: Rocílio Rocha
É nesta mesma situação que ainda se encontra a região Nordeste. Passamos por uma seca similar à cantada por Luiz Gonzaga. E nosso município, São Julião – PI, não é diferente, sofremos e muito com os efeitos da estiagem. Dona Maria, residente da localidade Macambira, conta que o inverno desse ano quase não choveu e o feijão que ela e sua família consomem, é restante da safra do ano passado. “Estamos pra acabar de comer o pouco feijão que temos no “tubo”, já que nesse inverno não tiramos nada”, declarou a agricultora.
Outra triste realidade resultante da seca é a vivida pelos criadores. O pouco gado que ainda resta passa fome e sede. “Ração é cara e a água que tinha por perto acabou. Agora temos que levar nosso rebanho todos os dias há um poço que fica uns 3 km de distancia pra ele não morrer de sede”, declarou João Claro, que cuida de pouco mais de 40 cabeças de gado. Segundo ele, parte do alimento do rebanho está sendo feito da seguinte maneira: “Nós cortamos os mandacarus (planta típica do Nordeste) e ateamos fogo pra queimarem os espinhos. Depois damos pro gado comerem”, informou.
O sofrimento só não é maior por conta da operação carro-pipa do Governo Federal que todos os meses abastecem as cisternas de todo o nosso interior. De fato a seca em São Julião castiga e preocupa. Segundo a Agespisa local, a barragem que abastece nosso município, situada na localidade Emparedada, se encontra com seu nível muito baixo. “Não dá pra calcular com precisão, mas caso o próximo inverno seja ruim, poderá faltar água nas torneiras”, revelou preocupado um funcionário. O nosso açude sede já se encontra praticamente seco.
As Carnaúbas em outubro de 2012 / Foto:Rocílio Rocha
As famosas Carnaúbas, que quase sempre ficaram com seus troncos inundados há meses que se encontram a seco. Tomara que a chuva venha logo meu Deus! Se não teremos que fazer assim como a Asa Branca de Luiz Gonzaga: bater asas do Sertão!
Seu Chico alimentando seu rebanho com mandacaru sapecado.
Fotos: Rocílio Rocha
O sofrimento só não é maior por conta da operação carro-pipa do Governo Federal que todos os meses abastecem as cisternas de todo o nosso interior. De fato a seca em São Julião castiga e preocupa. Segundo a Agespisa local, a barragem que abastece nosso município, situada na localidade Emparedada, se encontra com seu nível muito baixo. “Não dá pra calcular com precisão, mas caso o próximo inverno seja ruim, poderá faltar água nas torneiras”, revelou preocupado um funcionário. O nosso açude sede já se encontra praticamente seco.
As famosas Carnaúbas, que quase sempre ficaram com seus troncos inundados há meses que se encontram a seco. Tomara que a chuva venha logo meu Deus! Se não teremos que fazer assim como a Asa Branca de Luiz Gonzaga: bater asas do Sertão!
Jeremias Carvalho é acadêmico de Filosofia pela Universidade Federal do Piauí
Fotos: Rocílio Rocha
Fotos: Rocílio Rocha
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