sábado, 8 de outubro de 2011

De Dentro da Caatinga: O imponente Juazeiro


         Não sei ao certo, há quanto tempo ele estar ali parado. Minha mãe me contou que quando nasceu já estava lá. Acho que meu avô construiu a casa naquele lugar, justamente para ficar perto daquela árvore frondosa que dispensava uma super proteção contra os raios solares, produzida com a existência de sua sombra fria. Na seca, que é o período mais quente do ano, ele resiste majestosamente. Afinal, quem, na caatinga, é mais poderoso que um pé de juazeiro?

            Durante todo período de estiagem, surge uma pergunta desafiadora: será de onde vem tanta força para enfrentar tão grande seca? Tudo ao seu redor é cinza, marrom, desbotado e seu viçoso verde brilha no Sol escaldante do meio-dia.

          Quando toda a vegetação perde as folhas, nos meses de poucas nuvens, o majestoso veste seu verde mais bonito para abrigar a quem dele precisa. Há quantas secas, invernos, ele vem se mantendo, magistralmente, enfeitando um ambiente aparentemente sem vida? Quantas luas, estrelas, ele presenciou nascer e morrer?


Quantos nasceres e pores-do-sol ele presenciou?  Quantas crianças viu nascer, correr, brincar, crescer, ir embora e voltar com seus filhos?
 Hoje o que resta da casa do meu avô são alguns tijolos e o portal que dava acesso a cozinha. Parece mais um portal do tempo, e lá atrás, as suas folhas verdes, quando secas, caem, em seu lugar, uma nova já começa a brotar. E assim o tempo passa e ele continua lá, parado, esperando as pessoas, os animais, pássaros, insetos, lagartos, abelhas, seja lá o que ou quem for.  


No inverno, muitas vezes, passa despercebido quando  as outras árvores ganham nova roupagem.


Mas, no verão, está sempre pronto para ajudar a de quem da sua sombra necessita; além de dar vida e esperança aqueles que precisam seguir em frente. Já tiveste o privilégio de presenciar tantas maravilhas?!

                                             Texto e fotos: Rocílio Rocha
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12 comentários:

  1. Parabéns pelo texto e pelas fotografias...extremamente belos.

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  2. Gostaria de agradecer a todas as pessoas que visitam o meu blog e também a todos que postam com carinho seus comentários.
    Obrigado!

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  3. O texto está tão magnífico como o Juazeiro. Inconfundível seu verde.

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  4. Prezado Rocílio... Quando servia em Fortaleza, tive a oportunidade de percorrer o sertão durante a Operação Pipa. A imagem que mais me surpreendeu foi a de um Juazeiro, exatamente do jeito que descreveu. Ele resistia a toda aquela seca, contrastando com a vegetação seca e marrom. Era um verde de doer a vista em pleno meio-dia. Tirei a foto enquanto passava por um leito de rio seco. Mas a foto ficou em Fortaleza. Muito legal seu texto. Grande abraço! Gilvan (Tenente-Coronel do Exército)

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    1. Obrigado Gilvan Flores pelas palavras, fico feliz por ter ajudado a relembrar dessa árvore maravilhosa e encontrado o meu blog.
      Grande abraço.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Achei seu blog exatamente por ter lembrado daquela cena. Resolvi, então, buscar no Google uma foto parecida.

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  7. Na casa onde nasci, que também só restaram alguns tijolos, o piso cimentado, uma calçada, existia um juazeiro, o qual continua lá firme e forte. Lembranças daquele juazeiro que tantas coisas presenciou.

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  8. Amigo Rosilio!

    Parabéns pelo belo blog e pelo trabalho muito bem feito...

    Com certeza essa é uma ótima maneira de divulgar o nosso sertão nordestino!

    Abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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